quinta-feira, 22 de abril de 2010

Por que, para quem torcer?

Estas perguntas são frequentes na mente do torcedor juizforano e vêm à tona quando acontecem fatos como o ocorrido no dia 8 de abril de 2010. Um empate, em casa, que nos tira a possibilidade de seguir no Campeonato Mineiro deste ano.

Parece normal, diante do que aconteceu no ano passado, sempre em momentos decisivos: uma saraivada de gols do Cruzeiro, uma vantagem perdida diante do Criciúma, um Macaé que nos deixou literalmente na praia e um Uberaba que nos tirou a chance do bicampeonato da Taça Minas, fora um melancólico Juniores, que não passou de fase no certame da categoria.

Mas, afinal, o torcedor do Tupi é um abnegado. Não pode torcer esperando por títulos. Vitórias, talvez. Vitórias e quebras de tabus, quem sabe? Mas títulos, troféus de verdade, reluzentes, que nos encherão de orgulho, parece que nunca os veremos por aqui.

O Tupi, numa campanha do Módulo 2, levou, diante do Uberaba, cerca de dez mil torcedores ao Estádio Municipal. Fato é que a mídia contribuiu com este número expressivo de presenças, mas eram pessoas dispostas a pagar ingresso e tomar sol e chuva para ver o Galo carijó. Hoje, pouco mais que duas mil pessoas comparecem ao estádio, mesmo jogando-se a 1º divisão mineira.

Por que torcer? Esta deve ser a pergunta dos oito mil que não aparecem mais nos degraus e nas cadeiras do Mário Helênio. Esta também é a pergunta que fica na cabeça dos torcedores que se organizam, fazem festa, preparam mosaicos, fazem bandeiras, viajam distâncias incríveis para assistir a 90 minutos de futebol do time de sua cidade.

Por que torcer? Hoje não tenho ideia. A derrota nos faz pensar seriamente em desistir disso e voltar à desgraçada pergunta que segue no título: para quem torcer? Para os cariocas novamente? Malditas proximidade e influência que nos fazem ter sempre esta opção que muito mais que oito mil pessoas escolheram. Talvez, por mostrarem-se mais interessantes que seguir o nosso pobre Tupi.

Publicado na Tribuna de Minas, na seção Opinião/Artigo, em 11/04/2010
É nóis no TM, mano!